Católicos aplaudem beatificação de João Paulo II

Mesmo com algumas vozes críticas dentro da Igreja Católica, que contestam a celeridade com que, mesmo assim, o processo decorreu, a beatificação deixou milhares de católicos exultantes, e o sorriso no rosto de Bento XVI era evidente.
Mais de um milhão de peregrinos seguiram em direcção ao Vaticano para a beatificação de João Paulo II, segundo os números oficiais das autoridades italianas.
De acordo com os responsáveis pela operação de segurança, na cidade de Roma, lançaram uma mensagem pedindo aos peregrinos para que não se aproximem da zona adjacente ao Vaticano e a seguirem a beatificação através dos ecrãs gigantes espalhados pela capital italiana.
A área está saturada e mesmo alguns dos peregrinos que chegaram a meio da madrugada acabaram por ficar fora da Praça de São Pedro.
Karol Wojtyla nasceu na Polónia, a umas dezenas de quilómetros de Cracóvia. Era 18 de Maio de 1920. A ordenação sacerdotal deu-se aos 26 anos, sendo nomeado bispo 12 anos depois. Uma rápida ascensão, semelhante à que agora se dá: pouco mais de seis anos após a sua morte, a 2 de Abril, João Paulo II é beatificado, dando um passo de gigante no caminho que o levará até ao conjunto dos santos.
Com um espírito comunicativo e beneficiando do desenvolvimento das comunicações e dos transportes, João Paulo II passou por parte significativa do mundo onde a Igreja Católica tem a sua marca. De acordo com dados divulgados pelo Vaticano, saiu de Itália por 104 vezes, passando por 129 nações diferentes. Começou com a República Dominicana, o México e as Bahamas, no início de 1979. Desde aí, foi mais de um milhão de quilómetros percorridos. 5,71% do Pontificado passou-o fora de Itália. O país mais visitado – por nove vezes – foi aquele que o viu nascer. Foi sete vezes aos Estados Unidos e a França, e cinco ao México.
Portugal, Brasil e Espanha receberam João Paulo II por quatro vezes. Dentro da diocese de Roma e no concelho de Castelgandolfo contam-se 748 visitas, 301 delas a paróquias da capital transalpina. Ficaram por visitar 32. No resto do país foram 146 deslocações.
Em todos estes périplos conseguiu estabelecer uma ligação aos jovens como poucos. Esta relação entre as vocações para a juventude e para a internacionalização da sua presença materializa-se na criação das Jornadas Mundiais da Juventude - que este ano se realizam em Madrid. Uma relação apoiada em grande parte no carisma de Karol Wojtyla, mesmo quando as suas declarações eram mais polémicas.
O mesmo carisma que levou muitos fiéis a clamarem «santo subito» durante o seu funeral. Muitos católicos acreditavam que o habitualmente moroso processo de canonização bem como a existência de um milagre eram desnecessários. Pediram a Bento XVI que 'saltasse' essa parte, num regresso às antigas práticas, mas chefe da Igreja Católica não assentiu, e esperou que o tempo trouxesse os procedimentos habitualmente necessários, nomeadamente uma cura espontânea, completa, duradoura e inexplicável à luz da ciência actual. Contudo, os fiéis acreditavam que Wojtyla poderia interceder por eles junto do Deus em que acreditam, ajudando-os.
Marie Simon-Pierre, uma religiosa francesa que se viu atingida pela doença de Parkinson desde 2001, quando tinha 40 anos, viu as suas preces atendidas. «Há seis anos que não tomo medicamentos e depois da minha cura voltei a encontrar um ritmo normal», diz a freira das Irmãzinhas das Maternidades Católicas.
«Na noite de 2 para 3 de Junho de 2005» os sintomas terão desaparecido, ao fim de uma noite de oração em que pediu «um milagre» a João Paulo II.
A consumação da cura só foi partilhada com a superiora da casa religiosa, até que a consulta de rotina com o neurologista confirmou o «desaparecimento total dos sinais clínicos» do Parkinson.

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