Menino da gruta


Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros – MG


Quem acreditaria que uma criança nascida num lugar de refúgio de animais e colocada no coxo de alimentação poderia ser Deus e viria trazer um novo tipo de reino na terra? A convicção de que Ele quer habitar na gruta do coração de cada ser humano faz as pessoas dessa fé  agilizar-se para tornar o fato aceito por todos! Não é possível conter a alegria da mãe desse menino, dos anjos e de quem sabe ver a ligação entre tal nascimento e a ressurreição do Cristo salvador da humanidade! Sabemos da importância e da divindade do Emanuel, justamente com sua vitória sobre o enigma da morte! Jesus veio trazer vida abundante para todo ser humano. Vale a pena contemplarmos seu Natal entre nós e aceitá-lo com todo entusiasmo!
Muitos não enxergam a natureza do Verbo feito carne, ou seja,  a comunicação de Deus com sua presença em nossa história, assumindo nossa realidade humana, porque não são capazes de olhar se não para si mesmos. A luminosidade do amor do Deus-menino faz a pessoa humana perceber  os próprios limites sendo superados pelo amor da criança nascida na gruta de Belém! Aceitar o nascimento de Jesus na própria vida é essencial para a pessoa ter certeza de que a vida vale a pena para amar, conforme o feito e ensinado por Ele. Olhar para fora de si é a solução para uma convivência promotora da vida de sentido para todos. A vida é dom de Deus para a desenvolvermos em comunhão de fraternidade, respeitando o ser do outro e da natureza.
O Menino da gruta, Deus-conosco, veio para entrar na gruta de cada ser humano, dando vida e sentido à mesma. Aceitando-O a pessoa percebe que, na transitoriedade da existência na terra, vale a pena fazer a caminhada boa para todos. Por que há concentração de riquezas e outras possibilidades nas mãos de minorias insaciáveis em querer  sempre  mais sem promover a justiça social? Por que alguns se detêm na religiosidade intimista, buscando seus interesses na busca de soluções de problemas pessoais, sem compromisso com a evangelização dos outros e a promoção da vida digna e de real cidadania para todos? Por que o uso da religião para massacrar minorias e desfocalizar o sentido da solidariedade e fraternidade entre todos? Por que o uso da política para lesar o bem comum?
Quando o nascimento de Jesus acontecer em cada pessoa, família e organização humana, teremos sua luz a fazer-nos enxergar a missão humana de construir mais solidariedade e religiosidade, que levem a promover a vida plena e de sentido para todos. Teremos mais diálogo, construção de família com a grande missão de formar base adequada à formação realmente humana de cada um. Afinal, aceitamos ser a gruta do Menino-Deus, que nos faz ser criaturas novas! Realiza-se, então, o que o profeta anunciou: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença...” (Isaías 9, 1-2).
O Natal de Jesus ainda não acontece para muitos. Os que o deixam nascer em si mesmos são convidados a bater na porta do coração dos outros para apresentar-lhes a alegria de tê-lo dentro de si!


Fonte:
http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-jose-alberto-moura/8353-menino-da-gruta

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